Economia Circular nas compras públicas da CIM Região de Coimbra

A Economia Circular afasta-se do conceito linear de “extração, produção e eliminação”, focando-se na preservação e valorização do capital natural e na minimização de desperdícios centrando-se no “fecho do ciclo” em toda a cadeia de valor.

Este caminho visa reduzir o volume global de desperdício de produto. Segundo o Parlamento Europeu, cada cidadão europeu consome em média 14 toneladas de matérias-primas por ano que geram cerca de 5 toneladas de desperdício anual.

Este desperdício, produtos e materiais, devem ser reutilizados, reparados ou reciclados, afastando-nos da economia linear que vigorou desde a revolução industrial. Embora o advento da reciclagem, que introduziu conceitos fundamentais como reduzir, reutilizar e reciclar, tenha dado contributos consideráveis na redução do desperdício, torna-se insuficiente, não representa um corte com uma prática que nos levaria à destruição do nosso habitat.

O passo seguinte é ambicioso e pretende indicar uma nova fase onde se prolongue a vida dos materiais para reduzir as necessidades de matérias-primas e o desperdício.

A mudança não começa no final do processo, como aconteceu na passagem da linearidade para a reciclagem. Desta vez, a mudança tem de ser radical e começa logo no início: no design do produto/serviço e na sua produção ou remanufactura. Depois, estende-se pelo transporte e distribuição ou acesso aos mesmos e pela sua forma de consumo/utilização.

Surge então um novo patamar que é a reutilização ou regeneração que leva a que os bens reentrem na cadeia de consumo. Os que não puderem ser rentabilizados ou reparados serão então reciclados, dando origem a novos bens para consumo.

A saída de matérias deste novo ciclo apenas se fará por desgaste.

Esta abordagem ambiciosa ao consumo permite-nos prever a complexidade que a compra pública enfrenta na elaboração dos requisitos de circularidade nos procedimentos de compra de bens e serviços.

Manual da Economia Circular na CIM Região de Coimbra